3/20/2014

REQUERIMENTO – Ilha Graciosa mais uma vez prejudicada

Excelentíssima Senhora Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

ASSUNTO: REQUERIMENTO – Ilha Graciosa mais uma vez prejudicada

Excelência.

No passado dia 13 de Março os Graciosenses ficaram a conhecer a decisão do Governo de que os novos navios adquiridos para operar no Grupo Central não vão operar na ilha Graciosa.        

A informação divulgada pela Rádio Graciosa dava conta das declarações do Secretário Regional dos Transportes em que afirmava que: "a Graciosa irá ficar servida como estava anteriormente"! Ou seja, e por outras palavras, vai continuar mal servida como até aqui.

Em 11 de Agosto de 2010, o então Secretário da economia, Vasco Cordeiro, afirmava na cidade da Horta sobre transportes marítimos que: "além das obras que estão em curso, vamos igualmente concretizar uma intervenção na frota, à semelhança do que já foi feito para o transporte aéreo com a renovação integral da frota da SATA Air Açores, agora com a renovação dos navios que operam no Grupo Central. (...) Não se trata de uma mera substituição de navios, mas sim de um corte destinado a explorar novas oportunidades e a contribuir para a consolidação de uma ideia que deve ser colocada em prática: construir no Grupo Central um verdadeiro mercado interno".

 Em 24 de Novembro de 2013, ou seja, há menos de 4 meses, aquando da bênção do navio "Mestre Simão", afirmava o agora Presidente do Governo, Vasco Cordeiro: "os dois novos navios de transporte de passageiros e viaturas, que vão começar a operar no Grupo Central no início do próximo ano, constituem uma peça essencial na "revolução tranquila" que se está a operar no modelo de transporte marítimo na Região." acrescentando que: "A prioridade que o Governo atribuiu à construção destes dois navios constitui, o reconhecimento e a resposta ao caráter verdadeiramente essencial dessa ligação", desde logo entre o Faial, o Pico e São Jorge, e numa perspetiva mais geral, entre todo o Grupo Central."

 Ora, em momento algum dos seus muitos momentos de propaganda o governo regional informou os açorianos de que estava também a implementar um novo conceito de "grupo central".

 No caso específico da Graciosa percebe-se agora o significado pleno da expressão "revolução tranquila" nos transportes marítimos. Em bom rigor, é tão tranquila que os graciosenses vão continuar sem se aperceber que está em curso uma suposta revolução nos transportes marítimos. Em suma, e nas palavras do antigo presidente da JSD/Açores, e agora secretário regional do Turismo e Transporte, "um bom exemplo do marketing político. Uma boa embalagem para pouco conteúdo".

 Tudo isto seria cómico, não fosse revelar uma trágica falta de estratégia para com o desenvolvimento da ilha Graciosa que vê o seu papel no Plano Integrado de Transportes reduzido ao mero cumprimento de duas ou três promessas do Partido Socialista já muito atrasadas no tempo.

 Seja como for, não pode o Governo deixar de explicar cabalmente as razões de ter adquirido dois navios para o Grupo Central, e ter excluído a ilha Graciosa dessa operação.

 Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, os deputados signatários solicitam ao Governo Regional o seguinte:

       Quais as razões para a não operação na Graciosa dos novos Navios adquiridos para operar no Grupo Central?

       De que forma vai a Graciosa participar na "revolução tranquila" que o governo diz estar em curso na Região?

       De que forma prevê o governo criar condições na ilha Graciosa para que os seus produtores possam aceder ao transporte marítimo de mercadorias em carga corrida, à semelhança do previsto para as ligações no triângulo?

 

Com os melhores cumprimentos.

 

Santa Cruz da Graciosa, 19 de Março de 2014

Os Deputados

 (João Bruto da Costa)

(Valdemiro Vasconcelos)

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