5/23/2007

Intervenção do deputado Luís Henrique Silva

Senhor Presidente da Assembleia
Senhoras e Senhores Deputados
Senhor Presidente, Senhora e Senhores membros do Governo


No final do ano de 2006, os Graciosenses, ao tomarem conhecimento da proposta de horários de transporte marítimo de passageiros, demonstraram o seu descontentamento.
A Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa, na altura, aprovou, por unanimidade, um voto de protesto.
Nesse protesto da Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa, aprovado com os votos favoráveis do PSD e do Partido Socialista, afirmava-se que “em conjugação com a opinião emitida pelos diferentes órgãos autárquicos sobre a proposta de horários de transporte marítimo de passageiros, torna-se essencial associar a Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa a um protesto uníssono que reflicta o real descontentamento da população da Graciosa perante a oferta de transportes actual e aquela que nos é proposta para um futuro imediato, na expectativa que os mesmos sejam alterados por forma a irem ao encontro das necessidades e expectativas dos Graciosenses”.
Já nessa altura foi contestada e alertada a Empresa Regional Atlanticoline, bem como o próprio Governo Regional, que, ao ser alertado nesta casa para tal situação, preferiu o silêncio, não só no que concerne aos horários, como ainda para o facto de somente um dos navios inseridos na operação de transporte de passageiros e viaturas poder escalar a ilha Graciosa.
No passado dia 15 do corrente mês, para infelicidade da Graciosa, da sua actividade económica, do seu desenvolvimento e daqueles que pretendem visitar-nos, veio a Transmaçor, empresa proprietária do navio “ilha azul”, que, recorde-se, é o único navio que estava previsto operar na ilha Graciosa, informar em comunicado que por questões de ordem de segurança da operação, também este navio não efectuará, para já, mais viagens à Graciosa.
Estranhamente, ou talvez não, perante tudo isto a Atlanticoline empresa pública da Região que tem a responsabilidade do serviço de transporte marítimo de passageiros nada disse.
Estranhamente, ou talvez não, o senhor Secretário Regional da Economia e o senhor Presidente do Governo, perante toda esta confusão, nada disseram.
Mais uma vez, escondem-se envergonhadamente, atrás da empresa proprietária do navio que nada tem a ver com a sua exploração neste momento.
Estranhamente, ou talvez não, só a Graciosa ficou de fora.
Parece que os Graciosenses não são filhos da mesma Região.
Este Governo Regional socialista é perdoem-me a expressão um mau “padrasto” para os Graciosenses.
Esta situação é bastante penalizadora e constitui, nesta altura, uma forte desilusão para todos os Graciosenses, traduzindo-se num enorme entrave ao desenvolvimento de toda a actividade económica, social e cultural da Ilha Graciosa. Acresce que, a decisão de não voltar a aportar na Graciosa, foi tomada sem a prévia busca das necessárias soluções de minimização dos efeitos altamente prejudiciais que tal situação acarreta.
Todo este abandono a que o Governo Regional socialista vota, mais uma vez, a Ilha Graciosa, revela a falta de políticas sérias que tenham como objectivo a coesão económica e social da nossa Região.
A tão apregoada política para as ilhas da coesão, que o dia a dia se encarrega de demonstrar, não passa de um instrumento do Partido Socialista para iludir os Açorianos, para fazer de conta que se está fazendo alguma coisa, para além do mero discurso para a televisão, para as rádios e para os jornais. É mais uma vez conversa para a fotografia.
Os Graciosenses sentem na pele o desprezo a que são votados por este Governo Regional.
Este episódio do transporte marítimo de passageiros e viaturas que deixa a Graciosa ao abandono revela bem como este Governo Regional socialista trata os 4.813 açorianos que vivem na Ilha Graciosa.


Senhor Presidente da Assembleia,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhor Presidente, Senhora e Senhores membros do Governo.

Estando já iniciada a operação de 2007 de transporte marítimo de passageiros, sendo já conhecidos desde há alguns meses os horários da referida operação e havendo inúmeras iniciativas projectadas, concebidas e idealizadas no pressuposto da existência daquele meio de transporte, aliando ainda que o turismo que se quer ver desenvolvido na Graciosa necessita, impreterivelmente, da fiabilidade e certeza das acessibilidades e transportes de pessoas e veículos, não posso deixar de manifestar, em meu nome e em nome dos Graciosenses o meu mais veemente protesto pela ausência de navio de passageiros e veículos para a operação de transporte de 2007.
Exigimos, como Graciosenses e como Açorianos que somos, que sejam imediatamente tomadas todas as medidas para garantir a realização da operação de transporte marítimo de passageiros e viaturas, devendo ser desde já iniciada a reparação do navio “ilha azul” ou, em alternativa, ser contratado outro navio de iguais características para operar na Graciosa.
Manifesto a minha solidariedade para com todos os Graciosenses, e também com aqueles que nos pretendem visitar, esperando que saibamos todos dar a reposta devida e responsabilizar os responsáveis – ou seja, o Governo Regional socialista – pelos prejuízos que esta situação já está a criar à ilha Graciosa.

Disse

Luís Henrique Silva, Horta Sala das Sessões 23 de Maio de 2007

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